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quinta-feira, 5 de junho de 2014

Tempuria: O Pilar de Luz Negra - Parte 01

Os três "jaskots" se reuniram em Tempuria.
Não se sabe há quanto tempo aquele mundo se encontrava naquela situação, mas com certeza não era pouco.
Um mundo congelado em sombras. Inerte e sem vida.
O pilar de luz negra emergia do centro daquele gigantesco e antigo mecanismo. Os circulos de pedra que antes formavam o piso do local agora rodavam e giravam uns dentro dos outros e ao redor de si mesmos. ainda assim, nenhum som podia ser ouvido.
Atraídos pelo pilar os viajantes de moveram.
Para eles, naquela situação, era apenas necessário pensar para onde desejavam se deslocar e desde que o local estivesse em seu campo de visão ou fizesse parte de sua memória, imediatamente apareceriam ali.
Agora estavam na plataforma central do mecanismo. Os círculos giravam a seu redor enquanto diante deles o pilar se erguia imponente para o alto.
A energia era intensa e em relação ao tamanho de toda a construção ao redor eles não passavam de insetos.
Conversavam entre si a respeito do que deveriam fazer, mas de fato nenhum dos três parecia ter uma ideia conclusiva.
Dois deles decidiram subir as escadarias e confrontar a energia do pilar enquanto o terceiro ainda se mantinha distante, buscando talvez outra solução.
Era forte demais... Intenso demais...
Cada degrau que escalavam em direção a densa luz negra era como um atentado contra a própria existência. Ainda assim eles persistiram em seu intento.
Talvez fosse por coragem, talvez desconhecessem as consequências de seus atos ou simplesmente não soubessem o que mais poderiam fazer, mas a cada degrau que subiam também perdiam uma parte de seus corpos imateriais e de suas mentes.
Ainda naquele lugar, do alto e sem que eles notassem, uma mulher observava o cenário sem conseguir enxergá-los.
Em toda Tempuria aquele era o único lugar onde alguma coisa ainda se movia. O lugar onde tudo havia começado e onde ela, Nayri, acreditava que poderia acabar. Por este motivo, não raramente ela voltava ali.
Seu cabelo negro e liso estava mais comprido do que jamais esteve antes e mesmo sua aparência jovem agora havia se transformado na de uma mulher madura, o equivalente talvez a trinta anos humanos. Vestia uma armadura semi destruída além de suas roupas velhas e rasgadas enquanto que mantinha seus olhos firmemente voltados para a plataforma central do mecanismo.
Os mesmos olhos negros que ainda naquela escuridão podiam refletir um estranho brilho vermelho. Os mesmos olhos que agora duvidavam do que havia acabado de ver.
Por mais que Dracos pudessem viver em isolamento por muito tempo, nunca se teve noticias de um que vivesse sequer por tanto tempo, quanto mais sozinho. Ainda assim, lá estava ela, superando os da sua própria mais uma vez.
Primeiro ela pensou estar vendo coisas. Não seria a primeira vez que sua mente lhe pregava peças. Havia se acostumado as miragens e talvez já estivesse meio louca por conta delas, ainda assim procurou observar melhor.
O que seriam aquelas vibrações na plataforma? Aquelas oscilações na energia e no espaço como o ar quente que exala do piso quente no verão que ela nunca havia visto antes?
Não havia mais duvidas... Eram seres vivos... Pessoas...?
Não. Não apenas pessoas...
Ela se levantou se moveu para um lugar de onde podia observar melhor. De onde podia sentir melhor...

- Jaskots... Jaskots estúpidos... - ela sussurrou para si mesma e o pensamento a invadiu com uma revolução de emoções enquanto observava a tênue vibração e energia de dois dos viajantes quase desaparecendo em meio a intensa energia do pilar de luz.

Por um momento ela não soube o que fazer. Talvez estivesse tempo demais sozinha ou não acreditasse no que estava acontecendo. Uma parte de si chegou até mesmo a torcer para que fosse uma miragem. Mas ainda assim só restou fazer o que fez.

- É melhor tomar cuidado! - ela gritou antes de saltar para se aproximar e este foi o primeiro som que os viajantes ouviram desde que chegaram naquele lugar.

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