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sexta-feira, 13 de junho de 2014

Panquecas e Mamilos

Capítulo 2: Um Pouquinho Estranho

Penso que no geral as pessoas sempre reagem de alguma maneira a um beijo roubado. Afinal, não é exatamente a coisa mais comum do mundo...
Imagine de repente alguém te beija... Do nada....
Se for alguém que você já gosta então é muito provável que você também vá beijar a pessoa de volta.
Mas também pode ser o contrário. Você pode não gostar da tal pessoa e ficar muito brava.
Pode discutir com ela, brigar, quem sabe até mesmo dar um tapa ou coisa do tipo.

No meu caso fiquei a ver navios.

As informações que seguiram o beijo foram totalmente inespecíficas.
Nenhuma palavra dizendo para não voltar a fazer ou para repetir.
Nenhuma bronca... Nenhum reforço...
...Então, após o que pareceu uma eternidade, mas que na verdade foram apenas alguns segundos de silêncio desconfortável resolvi que era melhor deixar aquilo tudo pra lá e fingir que nada havia acontecido.

Definitivamente!
Meu eu interior dizia para mim mesmo em alto e bom tom: "-É... Deu ruim... Aponte para o céu através da janela e diga 'OLHA UM AVIÃO LARANJA!' então aproveite o momento de distração para escapar o mais rápido possível para o México! Não! Um pouco mais longe talvez!!! GROENLÂNDIA!"
Por isso eu apenas tentei manter o bom humor e... Não faço ideia do que fiz a seguir.

Esta parte da minha memória definitivamente está um tanto atrapalhada.
Deve ter dado algum bug sinistro uma vez que dentre tantas possibilidades, esta com certeza era uma das que eu nunca havia imaginado que poderia acontecer.

Depois disso seguimos com nossa programação normal.
Ou pelo menos o mais normal possível até o assunto vir a tona.
...E é claro que viria. AINDA BEM, eu acho...
Por que não saber exatamente como me posicionar em relação a coisa toda estava me cutucando por dentro, por mais que por fora eu agisse como se estivesse tudo bem.

As coisas que falamos quando conversamos acabaram me deixando mais aliviado, mesmo que um pouco triste.
Cheguei a conclusão de que ela não me via como nada mais que um amigo e que não deveria voltar a beijá-la daquela forma. Fosse o que fosse que eu sentia era unilateral e pronto. Bastava que eu me virasse com aquilo.
Portanto eu simplesmente procurei agir o mais próximo da maneira que eu achava que um amigo deve agir, mantendo uma distancia segura para que ela não se sentisse incomodada e também para que eu não acabasse gostando ainda mais dela.

E acredito que estava funcionando bem, dentro das possibilidades...

...Pelo menos até chegar a noite e depois de alguns copos de jurupinga ela dizer:

"- Eu não que você não deveria me beijar mais."

Agora pense numa pessoa ouvindo isso depois de ter passado um dia inteiro se sentindo um tanto estranho e talvez até meio desconfortável com a situação. Se esforçando para resistir ao charme daquela garota e respeitá-la como amiga.
É óbvio que fiquei confuso! Mas não nego que também senti uma certa alegria.
Algio como: "- Ah! Então ela também gosta de mim e agora podemos realmente nos beijar!"

E foi exatamente o que fiz...

APENAS PRA RECEBER DE VOLTA AQUELE MESMO OLHAR E NENHUM BEIJO!!!

Pronto...
Agora a situação já estava tão estranha que eu realmente senti vontade de olhar ao redor procurando alguma câmera escondida.
...Só podia ser pegadinha...

E mais uma vez fiquei acreditando que ela estava tirando um barato da minha cara.
O que eu não sabia determinar naquele momento é se queria continuar a beijando ou simplesmente esganá-la.

...Este é o dom... De tirar do eixo até a mais racional das pessoas como eu...

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