Capítulo 3: Sem voltar pra casa
Vou descrever o cenário pra vocês...
Rua Augusta, por volta das duas horas da manhã. Carros e pessoas passando.
A linda garota parada na minha frente com seus encantadores olhos verdes e eu parado na frente dela com a mais perfeita expressão de idiota estampada no rosto.
"Mas o que raios está acontecendo afinal?" - lembro de ter pensado.
Voltamos a caminhar e eu continuei conversando, mas também imerso em meus pensamentos
"Talvez eu simplesmente devesse ir para casa e.. É isso aí."
Mas adivinha só! O metro já estava fechado.
Avaliei as opções e cheguei a conclusão de que talvez o melhor fosse deixá-la no hotel e ir pra casa a pé. Logo em seguida, ao fazer uma auto-avaliação do meu estado etílico, de sono e confusão mental, já não sabia mais se seria uma boa ideia.
Foi só então que notei que desde que aquela história de "beija não beija" começou que eu não estava raciocinando direito.
Apesar de ter topado sair para beber na Augusta, em nenhum momento eu havia parado pra pensar em como faria pra voltar pra casa.
Bem... Só restava então passar a noite no hotel com ela... Pelo menos foi isso que eu propus.
- Isso não vai dar certo. - foi o que ela respondeu.
...E eu realmente me perguntei por que não.
Ainda na outra noite havíamos dormido ambos na mesma cama sem que qualquer coisa tivesse acontecido. Eu entendi que o fato de tê-la beijado talvez mudasse um pouco as coisas e que talvez isso parecesse um pouco conveniente demais para mim...
Mas não era como se ela tivesse correspondido as minhas intenções e eu definitivamente não sou o tipo de pessoa que tentaria forçar algo.
Levando tudo isso em consideração a minha maior preocupação naquele momento era se eu realmente conseguiria dormir sendo empurrado para fora da cama o tempo todo...
"Desde que eu possa descansar até o metro abrir, durmo até no chão..."
Foi o que pensei e talvez tenha até dito isso..
Claro que eu não nego que apesar do cansaço ainda queria beijá-la.
Se pelo menos ela correspondesse...
Sei que fiquei um tanto pensativo em relação a isso e não lembro ao certo o que conversamos e como acabei realmente indo parar naquele quarto no hotel. Terei de consultá-la pra saber como são suas memórias a respeito da ocasião.
É claro que nada aconteceu. Apenas um pouco mais de conversa e sono.
Até então eu tinha uma noção considerável a respeito de como eu funcionava...
Agora minha unica noção era de que alguma forma ela fofamente estava sambando na minha cabeça e eu já não entendia mais nada e muito menos a mim mesmo...
Pelo menos não tive que dormir no chão...
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