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segunda-feira, 21 de março de 2011

Tava Demorando Pra Eu Ir Parar Na Diretoria


Lendo: Nada...
Comendo: Nada...
Pensando: Preciso de uma câmera nova... Desde que a do Tora quebrou, nada de fotos.

Acabei de chegar da minha terceira aula prática de direção. E aí? O que? Se estou gostando?
Sou indiferente a isso também... A necessidade pede, eu executo. Simples assim.
Mas o que veio antes foi mais divertido!
Hoje fiz uma visita a... Coordenação? Inspetoria? Alguma coisa assim...
Como a maioria dos leitores desse blog talvez deva pensar, até que demorou a que isto acontecesse. O motivo, pra variar, foi uma banalidade qualquer...
Lá estava eu jogando Plants VS. Zombies em meu notebook na biblioteca do colégio, matando o tempo antes de ir para a aula prática de direção, quando certo senhor, referido daqui pra frente no texto por “Tiozinho”, veio me abordar de uma forma nada simpática.

Tiozinho: Não pode ficar jogando aqui na biblioteca! Pode parar de jogar!
Moon: Por que não pode? (Pensando: - O que? Sem nem um ”por favor,”?)
Tiozinho: Por que eu to falando que não.

...”Por que eu to falando que não.”
Desde pirralho expressões como “Por que eu to mandando”, “Por que sim”, “Por que é assim e pronto” e claro, sem esquecer-se da famosa “Por que deus quis”, nunca deram muito certo. Algo me cutuca por dentro sempre que isto acontece.
Enquanto uma parte de mim parece abaixar a cabeça e balançá-la em triste resignação dizendo “E lá vamos nós de novo...”, outra parte abre um sorriso de orelha a orelha, feliz pela oportunidade e empolgadamente diz “E lá vamos nós de novooooo!”
Enfim...

Tiozinho: Se eu passar aqui de novo e você ainda estiver jogando eu vou chamar a diretora.
Moon: E qual o nome da diretora?

...Ele respondeu, mas eu não lembro. De uma forma ou de outra eu não parei de jogar, já que a simples palavra do Tiozinho não me pareceu um argumento suficientemente bom... Fora que o jogo tava da hora. E lá veio ele de novo...

Tiozinho: Você não vai parar?!
Moon: Onde tá escrito que não pode jogar aqui?
Tiozinho: Aí no aviso na sua frente! Não sabe ler aviso não? Penúltimo parágrafo!
Moon: Só em élfico...
Tiozinho: Em que?
Moon: Em élfico...
Tiozinho: Não entendi, desculpa...
Moon: Elfico... Tengwar... Quenya...?
Tiozinho: ...

Li o aviso...

Moon: Aí tá dizendo que não pode jogar nos computadores destinados a digitação. Eu não to usando computador do colégio, to usando o meu.
Tiozinho: Mas não pode mesmo assim.
Moon: Por que?
Tiozinho: E você tá usando a energia do colégio.

...Desliguei a fonte da tomada...

Moon: Problema resolvido.
Tiozinho: Seu burro! Se você não parar eu vou chamar a diretora!
Moon: Então pode chamar lá...

E lá foi ele, depois  de “carinhosamente” me chamar de burro, enquanto eu continuei sentado jogando. Minutos depois chegou a... Inspetora? Algo assim... Que chamaremos aqui no texto de Manolinha. Começou a conversar comigo enquanto eu continuei a jogar e me convidou pra ir pra salinha dela.
Confesso que na hora não passou pela minha cabeça dizer “Desculpa, mas já tenho namorada...” e senti alguns efeitos fisiológicos de nervosismo, mas deixarei essa frase pronta pra uma próxima oportunidade.

Manolinha: Pronto? Vamos?
Moon: Vamos lá...

Mas no meio do caminho fomos parados por uma outra funcionária que precisava falar com a Manolinha...

Manolinha: Me espera lá na minha sala que eu já vou.
Moon: Ok, mas vai demorar? (...Pensando: - O que? Sem “por favor”?)
Manolinha: Há! Já vi como você tá preocupado com o tempo, jogando na biblioteca. Pode ir que eu já vou. – Num tom sarcástico. Ela parece ter treinado bem esse tom. É o que procura manter a maior parte do tempo com um sorriso estranho que aparentar um ar de cinismo irritante... Mas muito divertido.
Moon: Eu tenho compromisso, não posso demorar. Esperar quanto tempo?
Manolinha: Cinco minutos!!! – Num tom levemente irritado.
Moon: Ah, cinco minutos eu espero...

Cheguei, sentei, esperei... Ela surgiu... E depois de um breve mimimi...

Manolinha: ...Quando um funcionário te solicita alguma coisa, você deve acatar.
Moon: Não é bem assim.
Manolinha: Eu to falando as coisas como são! Aqui não tem o que achar de como é ou não é...

...Eu já contei que frases assim não combinam muito com a minha pessoa, ne?

Moon: Eu discordo... (E senti o nervosismo da mulher aumentar.)... Por mais que um funcionário solicite qualquer coisa não existe real obrigação de acatar o pedido, a menos que este pedido esteja fundamentado em alguma regra ou norma... A qual eu não vi explicita em lugar algum.
Manolinha, já num tom de voz mais elevado: Mas o que acontece é que uma biblioteca é um local destinado a estudos. Por mais que existam jogos educativos não faz parte do contexto do local a presença de jogos.
Moon: E como eu vou saber disso se não houver uma proibição escrita em algum lugar?
Manolinha, beirando o grito: Tá escrito no manual do aluno! E...

Aí ela apontou outras referencias legais de forma tão rápida e irritada que não consegui compreender o que disse. Até mesmo por que eu não estava prestando a devida atenção, confesso, estava reparando na alteração comportamental da Manolinha.
Infelizmente nenhum outro argumento rápido me ocorreu na ocasião e somado a isto deixei escapar um notável sorriso de satisfação, o qual ela provavelmente percebeu, pois recuperou a compostura e tornou inviável que eu solicitasse que ela mantivesse a calma.
É engraçado, mas costuma funcionar bem... Ironicamente muitas pessoas costumam se irritar ainda mais quando você pede a elas que mantenham a calma.
Como a chance escapou...

Moon: Mas eu não recebi o manual do aluno.
Manolinha: Está disponível na internet no site do colégio. Se você pode usar o computador pra jogar, também pode usar pra ler o manual.
Moon: Fato. Mas não há nenhuma versão impressa disponível aqui que você possa me fornecer?
Manolinha: Olha no site.
Moon: Então tá... Mais alguma coisa?
Manolinha: Espera só mais um momento...

Sacou o telefone e discou para a coordenadora do curso de administração que aqui chamaremos de... Hmmm... Coordenadora. :P

Manolinha: Alow... Coordenadora? É a manolinha! Você pode vir na minha sala por favor?
Moon: Pede urgência, por favor.
Manolinha: ¬______¬;

Mas antes da Coordenadora chegar eu beirei outra oportunidade de fazer mais uma experiência.

Manolinha: Quantos anos você tem?
Moon: 28 anos.
Manolinha: 28?! Então eu nem vou comentar.
Moon: Comentar o que?
Manolinha: Não, nada. Nem vou falar nada.
Moon: Não compreendi. Pode falar.

Mas infelizmente não obtive sucesso em fazê-la liberar o comentário preconceituoso que provavelmente formulou em sua mente.
E lá veio a Coordenadora... Contamos a história toda pra ela a partir de uma perspectiva comum a ambos, muito prática, até a parte em que a Coordenadora chegou.

Moon: E aí você veio pra cá... E pelo visto estamos aguardando o seu parecer antes que eu possa ir embora. E aí? Você concorda? Discorda? O que acha?

E a coordenadora deu a opinião dela dizendo que, no que se referia ao colégio, todas as minhas necessidades e duvidas sempre haviam sido satisfeitas dentro do “melhor possível”. Ela foi bem enfática nesse “melhor possível” repetindo-o várias vezes, o que me deixou tentado a dizer que “melhor possível” é relativo e perguntar “melhor pra quem? Pra mim ou pra vocês?”, mas sabendo que toda discussão a respeito da relatividade costuma prolongar-se, principalmente quando se dá com pessoas que raramente param pra se importar com o que vem a ser o termo “relativo”, e sem querer sair muito do foco a fim de ater-me ao cronograma, não falei mais nada até ela terminar.
Uma vez tendo “compreendido” o ponto de vista de ambas, achei correto me desculpar com a Manolinha pela falta de atenção que tive com a mesma no primeiro momento, já que a deixei falando com a minha nuca enquanto mantinha meus olhos grudados no jogo e terminei com um...

Moon: Desejam acrescentar mais alguma coisa?
Manolinha: Da nossa parte, só isso. Acho que deu pra esclarecer bem.
Moon: Deu... Eu acho... Depende... O que?
Manolinha: Tudo.
Moon: Tudo? Ahn... Não sei... Mas, enfim. Da minha parte só acho válido conversar com o Tiozinho a respeito da falta de educação dele.
Manolinha: Vamos verificar isso.
Moon: Ah, então agradeço. Até a próxima.

E lá fui eu pra aula de direção, onde terminei de jogar enquanto aguardava... Mas não foi tão legal quanto essa experiência. É notável que a relação de obediência dos alunos para com os funcionários do colégio... Ou pelo menos do Colégio Técnico da Justiça, para não generalizar... Baseia-se mais no medo e insegurança dos alunos do que no respeito que estes deveriam possuir pelos funcionários.
Também parece que esta situação é conveniente aos funcionários, que não parecem preocupados em alterar o “protocolo”, mas sim em se aproveitar do mesmo para manter a ordem como eles a conhecem e prezam.
Claro que existem aqueles que batem de frente com este sistema, seja do lado dos alunos ou dos funcionários... No entanto...
Já pude perceber que a maioria dos alunos não possui o preparo e o conhecimento para manipular “as pessoas certas, da forma certa, na hora certa”. Além disso, principalmente os adolescentes, deixam-se levar pelas emoções, ficam nervosos e perdem a razão. Não avaliam com a frieza e principalmente com o senso de superioridade que deveriam possuir.
E em relação aos funcionários encontramos principalmente professores, como amigos meus interessados em mudar o sistema, inová-lo, melhorá-lo sob seus pontos de vistas. Mas é quase como lutar em uma “guerra perdida”. O apoio é mínimo... Isso quando há apoio. Fora a existência de outros colegas que pelo tempo na carreira ou outros motivos se encontram em padrão de desamparo... No lindo e preguiçoso conformismo humano.
Algumas vezes professores e alunos se unem, mas como numa batalha, assim que o professor cair... E ele provavelmente cairá, pois não faltará quem queira derrubá-lo... Os alunos perdem o rumo e voltam a submissão passiva... O lindo e preguiçoso conformismo humano.
Claro que eu também sou um conformado. Ou talvez até pior... Um indiferente, já que não ligo pra nada disso...
Mas gostei da experiência de hoje.  A sensação durante a situação foi próxima a que se tem ao lidar, pacientemente, com crianças mais novas, provocando e induzindo ao estresse. E verificarei a possibilidade de repetir o processo... A Manolinha dá uma ótima cobaia.
Já tenho até uma nova experiência em mente, mas talvez em grupo acabe sendo mais interessante.
Alguém se candidata?
Enfim... Abraços!!! E comentem!

5 comentários:

  1. Legal o post, esta "Manolinha" seria a Fernanda? É bem a cara dela fazer esse tipo de c oisa uu'

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  2. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    O pior q a fernando veio encher o meu sako depois XD

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  3. Experiencias grupais com o Moon?
    I'll pass...

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  4. Eu topo!!!
    Vou mostrar o quâo "paciente" eu sou com isso..
    É capaz de que na primeira frase formulada por ela, use todo o meu potencial arguementativo para discussões encima dela e a deixe sem palavras ou com uma extrema ira de mim!! Vai ser legal Rs

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