Páginas

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

De Volta a Torre


Ouvindo: The Coming Night (mp3 antiga, não faço nem ideia se esse é o nome da música ou da banda)
Lendo: Nada
Sentindo: Sono...

E lá estava ele sentado na janela da distante e quase esquecida Torre.
O vento mais do que frio soprava contra seu rosto. Seus olhos vagavam na imensidão do céu noturno, perdido em estrelas e pensamentos enquanto seus dedos deslizavam pelos relevos da velha cicatriz no peito.
Sentia como se o silêncio de eras estivesse afogando seu coração enquanto desesperadamente tentava calar a mente.
Ele já não lembrava quando havia sido a ultima vez que esteve ali, mas havia as ruínas e com elas as tantas outras memórias.
Como uma luz que atravessava a janela e pousava na prateleira de frascos e livros. Um ronronar folgado de uma sombra largada preguiçosamente sobre a mesa, sob a escrivaninha, dentro do armário, em cima da murada da sacada e certa vez até mesmo sobre o grande lustre.
E aquela voz gentil que sempre continha certo sorriso? Os avisos preocupados. As broncas por cada uma das mais de dez mil vezes em que arrumou uma nova encrenca. O olhar de censura, de carinho, de alegria...
Desviou seus olhos para o chão a metros abaixo de onde estava. A escuridão da noite o cobria com um manto sombrio e não havia nada a ser visto, mas ele conseguia lembrar.
...Ali sempre foi outono. A grama escura reluzia ao sol. Havia flores e havia árvores.
Um pano jogado sobre o chão com um cesto repleto de comida. O cheiro molhado da terra quando chovia. Pegadas de lama espalhadas pela Torre. E a cor laranja do céu no final da tarde.
Agora seu coração batia sufocado. Respirava profundamente como se pudesse inalar aquele passado de volta. E então o ar lhe escapava dos pulmões assim como a vontade e o mundo parecia se tornar cada vez mais pesado.
Deixou a cicatriz em paz e com ambos os braços abraçou as próprias pernas.
Ele nunca foi de reclamar, nunca foi de confiar e nem de acreditar que alguém pudesse lhe ajudar.
Então o silêncio do coração lhe subiu aos lábios.
Sorriu calado. Sorriu sozinho...
Sorriu como sempre sorriria quando estava sendo observado.
...Nunca foi de desistir. Mas estava cansado demais pra tentar.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Por que lutar?


Ouvindo: Diversas BGMs de Yu Yu Hakusho
Lendo: Nada...
Bebendo: Lá se foi eu toddy.
Comendo: Nada. Mas tá me dando uma fome.

Hoje fiquei divagando a respeito de Artes Marciais.
Eu não sei quando e nem qual foi à primeira arte marcial a surgir no planeta e... Bem... Não vejo como saber isso mudaria a minha vida, então nem ligo.
Na minha cabeça eu imagino, há milhares de anos atrás, alguns primatas se estapeando por comida ou coisa do tipo. Então o mais hábil em espancar vence! Eis que nasce a primeira arte marcial! Estapanque-Do... O caminho do tapa... E do espanco...
E então os macacos evoluíram pra humanos. Os motivos pra estapear e espancar passaram a serem outros além de comida. E claro que o “estapanque-do” também evoluiu.
Logo um dos macacos... Humanos... Ou sabe-se lá o que... Deve ter feito a relação entre o bater, gerar dor e obter o que deseja. Entendeu o funcionamento do medo, da força, da submissão, hierarquia e enfim, do poder.
E então as artes marciais foram usadas para subjulgar e se defender. Para ferir e para proteger... Lutar, enfim.

Eh...

Na minha cabeça a arte marcial nasceu antes ou senão ao mesmo tempo em que a luta.
A luta pode ser definida como processo no qual se determina quem é “mais forte”. Mesmo que “mais forte” possa significar mais rápido, mais habilidoso, mais inteligente ou até mesmo mais sortudo, dependendo do caso.
É onde diferentes capacidades, técnicas e habilidades são colocadas a prova.
E a arte marcial é o meio através do qual desenvolvemos habilidades e adquirimos técnicas. Desenvolvemos-nos dentro de nossas capacidades.

Mas o que eu realmente queria entender é por que praticar o treino de artes marciais se não há a pretensão de praticar a luta em si...
Hoje em dia o termo “arte marcial” adquiriu um significado meio esquisito pra mim...
Digo... Se alguém pratica o treino de uma determinada arte marcial para se proteger caso eventualmente seja necessário em uma situação de risco... Ok. Parece condizente com a definição que tenho na cabeça.
Mas e quando a pessoa pratica o treino de uma arte marcial apenas... Para ficar com o corpo definido, por exemplo?

E de qualquer forma... Talvez a principal questão...
Em nosso meio, que motivos restaram para lutar hoje em dia?
Estapanque-do por comida?



Sei que muitas artes marciais, principalmente aquelas mais antigas provenientes da China e Japão, possuíam princípios éticos de que as técnicas adquiridas só deveriam ser utilizadas em ultimo caso. Somente quando necessário para se proteger ou proteger os outros, nunca para causar deliberadamente o mal.
...De fato as artes marciais eram bem atreladas a princípios éticos e filosóficos. E digo que “eram”, no passado, por que minhas vivencias com as artes marciais me mostram que boa parte disso foi perdida...
E não, não acho que faça falta.
Engraçado é que, a meu ver, o que mais parece fazer falta não é a determinação para não lutar.
Nah... Isso parece estar culturalmente bem arraigado.
A luta... A briga... São coisas que em relação ao passado não só do nosso país, mas inclusive daqueles onde estas artes marciais nasceram, parece ocorrer com menor frequência.
Lutar virou coisa de vídeo game... Espetáculo de televisão...
Mesmo numa situação atual de luta, na qual um primata evoluído decide aplicar sua arte marcial sobre nós apontando uma arma e pedindo a carteira ao invés de bananas, somos condicionados e instruídos a não reagir.
Mesmo na pratica de treinos de artes marciais obtemos essa orientação.
Então, parece que o intuito dos mestres artistas marciais da antiguidade que pregavam a não aplicação da técnica chegou ao ponto de não precisar mais de reforço.

...Volto a perguntar...
Então, quando lutar? Pra que lutar? Pelo que lutar?

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

REIKIKI!


Ouvindo: A mesma música do último post.
Lendo: Nada de interessante...
Bebendo: Toddy, pra variar.
Comendo: Já comi! Pão de forma integral sem nada.


Faz tempo que nem posto nada e as novidades desde a última vez são...
No dia primeiro deste mês fiz um curso de Reiki!
Reiki é uma técnica japonesa que consiste na projeção da energia cósmica universal através das mãos com o intuito de curar. Claro que metade disso já daria pra deduzir apenas sabendo a língua japonesa e interpretando os kanjis de Rei e Ki...
Mas se aí você me perguntar: Esse trem funciona mesmo?
Vai saber... Mas da minha parte sinto que até demorou pra fazer esse curso. Era uma coisa que recorrentemente voltava à cabeça.
Fui iniciado no Reiki Grau 1 e não... Eu ainda não consigo dar kamehameha e nem hadouken...

...Mas continuarei tentando.

Seja como for, no dia seguinte ao curso, eu estava mega inspirado.
O resultado foi uma nova arte no photoshop e uma decopage doida em um mini baú de madeira.
A arte tá no DeviantArt e pode ser acessada por aqui... O baú eu vou meio que explicar como fiz...





Primeiro eu comprei a caixinha de madeira. Foi lá na 25 de Março, mas não lembro o nome da loja.
Com uma régua eu tirei toda a medida das laterais. Como o tampo é arredondado em duas de suas bordas, usei um barbante para contorná-lo e depois medi o barbante. Tudo muito simples.
Só não medi o triangulo que faz a articulação do fecho por que fiquei com preguiça.


Joguei todas as medidas no photoshop. Busquei uma imagem de uma madeira mais ninja que coubesse na resolução de 300 dpi... O resto foi só uma improvisação básica com formas e técnicas aprendidas em tutoriais antigos de photoshop.
Modelei o arquivo pra impressão.
No caso decidi imprimir em papel fotográfico no tamanho 20x25cm.
É muito importante checar na internet qual é o tamanho correto de formato pra esse tipo de foto, caso contrário, na hora da "revelação", o arquivo será ampliado pelo sistema (auto-resize) e todo o material de colagem ficará alguns milímetros maior.




Depois foi só recortar e colar na caixa usando cola branca... Aquela mesmo de escola.
Pra finalizar eu pensei em envolver a caixa toda com um papel adesivo transparente (contact transparente :P), mas ainda não fiz isso por que deu preguiça.
Se eu bem me lembro, essa caixinha custou R$3,90... A impressão da foto 20x25 cm custou... Sei lá, 2 a 3 reais no máximo...
...E parando pra pensar, dá pra baratear.
Ah sim!

Com a arte eu resolvi fazer um teste...
Mandei revelar 9 arquivos em forma de foto 10x15 e que, quando organizadas corretamente (como um quebra cabeça) formam a imagem original.
Tenho idéias pra usar isso... E o modelo teste tá no painel do meu quarto.

Infelizmente ocorreu um erro em alguma parte do processo e apenas a foto central está ligeiramente ampliada... Ainda assim ficou bem legal, hehehehe.